Na data é celebrada a religião de Umbanda, considerada brasileira e criada a partir do sincretismo religioso entre as religiões de matriz africana, o catolicismo e o espiritismo popular e a religião dos povos originários, numa mistura que reproduz a diversidade da formação do Brasil.
Foi
escolhida, em função da primeira manifestação do Caboclo das Sete
Encruzilhadas, que em 15 de novembro de 1908 anunciou a fundação da nova religião.
Reconhecida e institucionalizada
pela ex-presidente, Dilma Rousseff, no dia 16 de maio de 2012, através da Lei
12.644 que decretou o “Dia Nacional da Umbanda”, a ser
comemorado anualmente, em 15 de novembro. A decisão foi publicada
no Diário Oficial da União dia 17 de maio de 2012.
Surgimento
da Umbanda
A Umbanda
surgiu, segundo o seu relato mítico, em 15 de novembro de 1908. Nesse
dia, o espírito do Caboclo das Sete Encruzilhadas teria se manifestado
pela primeira vez no jovem médium Zélio
Fernandino de Moraes (1891-1975).
O jovem Zélio contava
então com 17 anos e estava sofrendo com um comportamento estranho que a família
chamou de “ataques”. O jovem tinha a postura de um velho dizendo coisas
incompreensíveis, em outros momentos se comportava como um felino. Após ter
sido examinado por um médico, este aconselhou a família a levá-lo a um padre,
mas Zélio foi levado a um centro espírita. Assim, no dia 15 de novembro, Zélio
foi convidado a se sentar à mesa de trabalhos da sessão na Federação Espírita
de Niterói, presidida na época por José de Souza. Assim foi feito e Zélio foi
convidado a participar da sessão, tomando um lugar à mesa.
Incorporou
um espírito, se levantou durante a sessão e foi até o jardim para buscar uma
flor e colocá-la no centro da mesa, contrariando a regra de não poder abandonar
a mesa uma vez iniciada a sessão. Em seguida, Zélio incorporou espíritos que se
apresentavam como negros escravos e índios. O diretor dos trabalhos alertou os
espíritos sobre seu atraso espiritual, convidando-os a sair da sessão quando
uma força tomou conta de Zélio e disse:
“Por
que repelem a presença desses espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas
mensagens? Será por causa de suas origens sociais e da cor? ”
Ao ser
indagado por um médium ele respondeu:
“ Se
querem um nome, que seja este: sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque
para mim não haverá caminhos fechados. O que você vê em mim são restos de uma
existência anterior. Fui padre e o meu nome era Gabriel Malagrida. Acusado de
bruxaria, fui sacrificado na fogueira da Inquisição em Lisboa, no ano de 1761.
Mas em minha última existência física, Deus concedeu-me o privilégio de nascer
como Caboclo brasileiro. ”
A respeito
de sua missão, assim anunciou:
“ Se
julgam atrasados esses espíritos dos negros e dos índios, devo dizer que amanhã
estarei na casa deste aparelho para dar início a um culto em que esses negros e
esses índios poderão dar a sua mensagem e assim, cumprir a missão que o plano
espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes,
simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e
desencarnados. E se querem o meu nome, que seja este: Caboclo das Sete
Encruzilhadas, porque não haverá caminho fechado para mim. ”
E
continuou dizendo que:
No dia
seguinte, na residência da família de Zélio, na Rua Floriano Peixoto, nº. 30,
no bairro Neves, reuniram-se os membros da Federação Espírita, visando
comprovar a veracidade do que havia sido declarado pelo jovem. Novamente
incorporou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, que declarou que os velhos
espíritos de negros escravos e índios de nossa terra poderiam trabalhar em
auxílio do seus irmãos encarnados, não importando a cor, raça ou posição
social. Assim, neste dia fundou o primeiro terreiro de umbanda chamado de Tenda
Espírita Nossa Senhora da Piedade.
O espírito
estabeleceu normas como a prática de caridade, cuja base se fundamentaria no
Evangelho de Cristo e seu nome “Allabanda”, substituído por “Aumbanda”, e
posteriormente se popularizando como “Umbanda”.
Saravá a
Umbanda! Umbanda Saravá!
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