A crise do capitalismo mundial
Yanis Varoufakis – economista
e ex-ministro das finanças da Grécia, autor do livro “O Minotauro Global”-
explica que conforme os dados do Federal Reserve, nos Estados Unidos, mais da
metade das famílias (50% das famílias norte-americanas) não se qualificam para
obter um empréstimo de 12.825 dólares com o propósito de adquirir um Nissan
Versa.
Enquanto isso, na Inglaterra,
mais de 40% das famílias dependem dos recursos públicos dos “bank foods” para prover sua alimentação e cobrir as necessidades
básicas.
Na Alemanha, explica Le Monde
Diplomatique, depois da reforma trabalhista, o baixo desemprego convive com a
generalização do trabalho precário, produzindo em massa o fenômeno dos “working
poors”.
Em 2017, os 20% mais ricos sequestraram
82,7 % da riqueza produzida no mundo e no Brasil não é diferente, cinco
bilionários acumulam um patrimônio igual ao patrimônio de metade da população
do pais, atingindo 549 bilhões. A fortuna deles aumentou em 13% no ano,
enquanto os rendimentos dos 60% mais pobres caiu para 5,4 % de toda a riqueza gerada pelo conjunto da população mundial.
Em sua configuração atual, o capitalismo
escancara a incapacidade de entregar o que promete aos cidadãos. A exclusão
manifesta-se no desemprego dos jovens, no desemprego estrutural promovido pela
transformação tecnológica e pela migração da manufatura para as regiões de
baixos salários.
Assim, criar bons empregos com bons
salários torna-se difícil, notadamente porque a manufatura mundial
concentrou-se na China e nos país asiáticos, e o termômetro para o
desenvolvimento de um país é a atividade industrial.
No Brasil, o PIB da indústria tem caído sistematicamente,
chegado ao patamar próximo de 21 %, a menor da série histórica. Por certo não é
reforma da previdência que vai gerar melhores condições para a retomada do
crescimento econômico, colaborando apenas e tão somente para concentrar ainda
mais a renda nacional.
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A agiotagem
oficial dos bancos no Brasil
Juros
altos travam a economia do país, os consumidores não conseguem comprar porque
ficam endividados, as empresas produzem menos porque as vendas caem e isso
causa mais desemprego e ainda não conseguem modernizar o seu parque de
máquinas.
A
dúvida é: Por que então os juros continuam elevados?
Os
bancos teimam em atribuir a culpa dos altos juros ao governo, ao regulador (BC)
e à sociedade....
No meu
modo de ver, o que justifica é a ganância desmedida, que faz com que o RSPL -
Retorno Sobre o Patrimônio Líquido beirando os 20% ao ano, significa ter um
banco novo do tamanho do já existente a cada 05 anos...
Enquanto
isso a SELIC que deveria balizar a taxa de juros cobrados no mercado brasileiro,
já que é
considerada a taxa básica de juros, não passa de referência para os
empréstimos inter-bancários, na rolagem diária do overnight e como balizadora
das operações de financiamento da dívida do Governo federal.
O termo SELIC
significa Sistema Especial
de Liquidação de Custódia, foi criada em 1979 pela ANDIMA - Associação
Nacional das Instituições do Mercado Aberto e pelo BC - Banco Central, com
o intuito de tornar a negociação de títulos públicos mais segura e
transparente.
A rigor é
um sistema do BC que registra todas as operações relacionadas aos
títulos escriturais do Tesouro Nacional, que servem para o financiamento da
máquina pública. A maioria desses títulos é comprada pelos grandes bancos, que
por lei, são obrigados a direcionar uma porcentagem de seus depósitos a
uma conta vinculada do BC, os depósitos compulsórios.
Pelos
acordos de Basiléia (I, II e III) o BC impõe aos bancos fechar o dia com o
caixa equilibrado, objetivando evitar excesso de dinheiro em circulação, assim,
de certo modo, acaba existindo um controle mais efetivo sobre as reservas
bancárias, colaborando para o controle da inflação.
Para atender
essa norma, os bancos fazem empréstimos entre si, utilizando para isso a taxa
SELIC Overnight (média ponderada das taxas do interbancário), para emissão de
títulos de prazo de 1 dia. A taxa SELIC Overnight anualizada forma a SELIC
Anual.
A taxa SELIC que é estabelecida pelo COPOM - Comitê de
Política Monetária é a Taxa SELIC Meta,
discutida a cada 45 dias, define o parâmetro utilizado pelos bancos para
determinar a taxa de juros dos empréstimos diários que eles fazem uns aos
outros.
Para os clientes, Juros elevados, tarifas exorbitantes e cada vez mais
altas e fechamento de postos de trabalho,
diminuindo a quantidade de bancários para o atendimento dos clientes e
usuários. Esses fatores somados garantem resultados que batem recordes
históricos de ano para ano.
A Taxa SELIC comparada com as taxas cobradas
pelos bancos
Posição
|
Banco
|
Taxa de
juros
(% ao mês) |
Taxa de
juros
(% ao
ano)
|
Taxa SELIC
(% ao
ano)
|
1
|
Banco
do Brasil
|
3,91
|
58,45
|
6,5
|
2
|
Itaú
|
4,38
|
67,27
|
|
3
|
Santander
|
4,61
|
71,74
|
|
4
|
Caixa
Econômica Federal (CEF)
|
4,73
|
74,12
|
|
5
|
Bradesco
|
5,70
|
94,49
|
|
6
|
Banco
Mercantil do Brasil
|
8,67
|
171,22
|
Mesmo que
a taxa cobrada pelos bancos seja composta por vários fatores, como inflação do
período e risco de inadimplência, não existe justificativa plausível para essa
agiotagem institucional que os bancos impõem à população brasileira.
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“[…] as ideias de economistas e filósofos políticos, tanto quando têm razão como quando não a têm, são mais poderosas do que normalmente se pensa. Na verdade, o mundo é governado por pouco mais. Homens práticos, que se creem bastante isentos de quaisquer influências intelectuais, são normalmente escravos de algum economista defunto”.
John Maynard Keynes
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Financeirização
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Financeirização
Publicado do facebook em
29/05/2018, atualizado em 22/12/2018.
O capitalismo do século XXI apresenta como
característica a financeirização da economia, e tudo aquilo que diminui e
expectativa de lucros é atacado violentamente ou ignorado.
Atribui-se a
"mão invisível do mercado" a solução das mazelas que ele mesmo criou,
condenando parcela significativa da população à extrema pobreza. Assim, se
pretende nesse blog discutir as alternativas possíveis para um desenvolvimento
sustentável com a devida distribuição da riqueza gerada por todas e todos os brasileiros!
Em época
de financeirização econômica, onde os bancos assumem o protagonismo de todas as
operações financeiras e são mais fortes e poderosos que os países, não é de se
estranhar que tenham lucratividades recordes.
Entretanto, é de se estranhar que
todos os setores da economia brasileira vão mal, o desemprego é recorde e ainda
assim, os bancos brasileiros tenham esse nível de lucros. Isso se justifica, a
centralização da riqueza nacional nas mãos dos banqueiros faz com que eles sejam caudatários da riqueza gerada por toda a
população. Cobram juros escorchantes, não investem em setores produtivos da
economia, somente na especulação.
Ainda assim, não se melindram em cada vez
mais piorar o atendimento à população, fechando agências e diminuindo o número
de bancários. A cada campanha salarial dos bancários, se escreve mais um
capítulo da eterna luta entre o tostão e o milhão...com certeza essas notícias
de altas lucratividades criará o forte desejo dos bancários, que ao fim, são os
construtores dessa lucratividade, colaborando diariamente para a obtenção desses
números expressivos de conquistar uma fatia maior desse bolo...
Crise
Ao mesmo tempo que
desfrutam de altas lucratividades mesmo com o pais passando por uma crise de
enormes proporções, devem para a própria união federal. Qualquer devedor,
quando não consegue pagar as suas dívidas, renegocia com os credores, menos os
governos brasileiros, que chova o faça sol, de esquerda, de centro ou de
direita, continuam repassando para os banqueiros a riqueza que é produzida por
toda a população brasileira...
Agiotagem com a
sociedade
A agiotagem
institucionalizada em nosso pais cresce desenfreadamente a sua lucratividade
rapinando a riqueza que é produzida por toda a população. É fácil entender que
através do mecanismo da dívida pública, os governos entram numa trágica ciranda
sempre crescente ao se financiar através da emissão de títulos da dívida
pública junto aos bancos. Já passou da hora de se fazer uma auditoria nas contas
públicas e evitar a sangria desatada que é canalizada para os bancos.
Concentração
bancária
A concentração
bancária no Brasil faz com que os bancos estabeleçam um cartel que impede o
barateamento tantos dos juros quanto das tarifas cobradas dos clientes. Além
disso, os juros altos alimentam a ciranda financeira carreando recursos de toda
a população para o pagamento da dívida pública, que a rigor não para de
crescer. Quanto mais se paga mais se deve!
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A Era do Capital Improdutivo
Entender o que acontece com a economia está ao alcance de
qualquer pessoa. Não se trata aqui de teorias, e sim do nosso trabalho e do
nosso dinheiro. O Instituto Paulo Freire, em parceria com o Economista e
Professor Ladislau Dowbor, disponibiliza, gratuitamente, a íntegra do curso
sobre o livro “A Era do Capital Improdutivo”.
Você pode assistir e compartilhar livremente este curso,
fundamental na atual conjuntura nacional e internacional.
São 15 vídeos de 10 a 15 minutos, numa linguagem clara e
objetiva. O curso é em português, não em economês. Você vai entender como a
nossa economia está sendo deformada, e como pode ser recuperada.
*Ladislau Dowbor é formado em Economia Política pela
Universidade de Lausanne, na Suiça; Doutor em Ciências Econômicas pela Escola
Central de Planejamento e Estatística de Varsóvia, na Polônia (1976).
Atualmente é professor titular no departamento de pós-graduação da PUC-SP, nas
áreas de economia e administração.
Pode utilizar com os seus alunos, com a sua comunidade, com a sua família, com os seus amigos. O ideal é que você veja o vídeo e leia o capítulo correspondente, um ajuda o outro. A ideia é ampliar a compreensão do que está acontecendo. Tem tudo a ver com Paulo Freire essa iniciativa de dar às pessoas conhecimentos que facilitem a apropriação da sua realidade.
A última coisa que as elites deste país querem, é que as pessoas entendam como estão sendo depenadas. Você já viu alguma escola explicar como funciona o dinheiro, o crédito, o emprego? Daí a ideia de uma “Pedagogia da Economia”. Aproveite, faça o curso e torne-se um multiplicador (confira abaixo todas as aulas).
Certificação e auxílio do Instituto Paulo Freire
Você pode fazer este curso de maneira mais formal e com certificado, com pequeno custo.
Você poderá contar com e experiência do Instituto Paulo Freire para organizar este curso com o Professor Ladislau Dowbor, a partir da experiência da EaD Freiriana: além das aulas, disponibilização de uma plataforma digital com várias publicações em PDF, relacionadas ao curso, interatividade entre docentes e participantes, certificação do curso pela Universitas Paulo Freire (Unifreire) e pelo Instituto Paulo Freire, bem como pela instituição parceira que, com o IPF, vir a oferecer o curso.
Para mais informações, acesse aqui as orientações do Instituto Paulo Freire, ou fale com o Prof. Paulo Roberto Padilha, coordenador geral da EAD Freiriana. (11) 98272-8136 (telefone e whatsapp) ou pelo telefone fixo (11) 3021-5536 – Ramal 3664 Equipe da EaD Freiriana Instituto Paulo Freire.
Pedagogia da Economia: educando para o mundo real.
https://www.youtube.com/watch?v=tAY4vLMWK_I
Aula 2 – Quem são as corporações?
https://www.youtube.com/watch?v=886_nPfslAc
Aula 3 – Quem manda nas corporações?
https://www.youtube.com/watch?v=LoAVzbr0wS4
Aula 4 – Quem é responsável?
https://www.youtube.com/watch?v=Vob0eDiZlY8
Aula 5 – Oligopólio Financeiro
https://www.youtube.com/watch?v=m5e6NK6azY0
Aula 6 – Paraísos Fiscais
https://www.youtube.com/watch?v=Miqb4qr-9LA
Aula 7 – O Controle Financeiro das Commodities
https://www.youtube.com/watch?v=7ZE81IFOSKU
Aula 8 – Captura do Poder Político
https://www.youtube.com/watch?v=1H1s1aF6TJ8
Aula 9 – Quem produz e quem se apropria
https://www.youtube.com/watch?v=PpMGSw1iXSY
Aula 10 – Apropriação pelos intermediários financeiros
https://www.youtube.com/watch?v=vDxK7k9p4jo
Aula 11 – Caminhos e Descaminhos
https://www.youtube.com/watch?v=t_B6fyKlZaY
Aula 12 – Os Quatro Motores da Economia
https://www.youtube.com/watch?v=JCnOIczCjLM
Aula 13 – A Crise no Brasil
https://www.youtube.com/watch?v=8znZvJKfALs
Aula 14 – Fazendo a sociedade funcionar
https://www.youtube.com/watch?v=wRnn6Umv49I
Aula 15 – Crise e Oportunidades em tempos de mudanças
https://www.youtube.com/watch?v=oLGEuHRxkP8
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