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Sindicalismo no século XXI

Reforma Trabalhista: Contrato Intermitente


A principal característica do contrato de trabalho intermitente é não exigir legalmente que os trabalhos exercidos por um funcionário tenham continuidade. Nesse modelo, os serviços podem ser prestados com períodos de alternância. Basicamente, o empregado é convocado quando a empresa precisa e não tem garantia nenhuma de receber um salário mensal...essa é uma das "novidades" da reforma trabalhista proposta por Temer e aprovada pelo pior congresso nacional da história.

http://www.ihu.unisinos.br/582745-reforma-trabalhista-78-4-dos-postos-criados-sao-intermitentes-ou-parciais?fbclid=IwAR3cAnt8YeHKYy4RimUP1F2IDDhBOfK3E-iUcmEjOyHzQe3-xE17jyi6Kgw


https://jornalggn.com.br/noticia/saiba-ponto-a-ponto-o-que-propoe-o-relatorio-da-reforma-trabalhista


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Sobre os bancos públicos




Primeiramente ao analisarmos as propostas (?) vindas das mesas de negociação permanente ou específicas da CEF e do BB durante as campanhas salariais, chegamos à conclusão que tem no mínimo a mesma fonte inspiradora. Pela similaridade contatamos que é uma orientação comum que só pode ser emanada do Governo do PT, acionista majoritário do BB (por enquanto, dia a dia mais ações do Governos Federal são negociadas nas bolsas, diminuindo a sua participação) e exclusivamente dono da CEF. 

É de se estranhar que os dois bancos, que apregoam o senso de responsabilidade social, como um valor inscrito nas respectivas missões ainda desrespeitem os seus empregados da forma como está acontecendo. 

Da mesma forma, é estranho também o comportamento de pessoas que ainda ontem ombreavam lado a lado com a gente na construção das reivindicações e das mobilizações dos funcionários tenham um comportamento tão diametralmente oposto, haja vista as manifestações de ministros de estado do PT e diretores das instituições. O que pode-se dizer com relação ao corte dos pontos dos "grevistas"? 

O que acontece com os indivíduos quando se lhe dão o poder? Para responder a essa pergunta fui buscar auxílio nos compêndios de psicologia, sociologia e filosofia, sem os quais é ainda mais difícil explicar essa mudança tão radical. 

Então vejamos: 

O Poder se expressa nas diversas relações sociais, assim, pode-se falar, que onde existem Relações de Poder, existe política. Por sua vez, a política se expressa nas diversas formas de poder e pode ser entendida como a política relacionada ao Estado, como também, em um sentido mais amplo, e não menos importante, em outras dimensões da vida social. Max Weber afirmava que a política não se restringe ao campo institucional estatal e explicita claramente, que a política permeia outras atividades da vida cotidiana. “Hoje, nossas reflexões não se baseiam, decerto, num conceito tão amplo. Queremos compreender como política apenas a liderança, ou a influência sobre a liderança, de uma associação política, e, daí hoje, de um Estado” (WEBER, 1974, p. 97).

Conceber que o poder reside unicamente no Estado, é um grande erro, pois existem relações de poder e estas estão presentes não apenas na máquina estatal. Conceituar as relações de poder somente interligadas ao campo institucional do Estado, pode ser uma visão muito simplória. Ter o Estado como ponto de referência do poder, não corresponde a toda sua amplitude, portanto, conceber as relações de poder restritamente, minimiza seu caráter extremamente amplo. 

Relações de Poder no Âmbito das Organizações 

Relações de poder existem e muitas vezes definem, e não necessariamente com os critérios de justiça necessários, a saúde de uma organização. Justiça implica juízo de valor, e valores são minimamente compartilhados nas organizações, contestando a antiga visão da cultura única. Não fiquei satisfeito e fui buscar maiores informações e, pasmem companheiros, descobri onde os “antigos companheiros” que hoje ocupam ministérios e cargos na administração dos bancos federais foram buscar a sua justificativa de mudança. 1984 –George Orwell A trama do livro, publicado em 1949, se passa na Pista No. 1, o nome da Inglaterra sob o regime totalitário do Grande Irmão (no original, Big Brother) e sua ideologia IngSoc (socialismo inglês) e conta a história de Winston Smith, funcionário do Ministério da Verdade, um órgão que cuida da informação pública do governo. 

Smith não tem muita memória de sua infância ou dos anos anteriores à mudança política e, ironicamente, trabalha no serviço de retificação de notícias já publicadas, publicando versões retroativas de edições históricas do jornal The Times. Ao mesmo tempo, Winston é cooptado por O'Brien, um burocrata do círculo interno do IngSoc que tenta cooptá-lo a não abandonar a fé no Grande Irmão.

De fato, Mil Novecentos e Oitenta e Quatro é uma metáfora sobre o poder e as sociedades modernas. George Orwell escreveu-o animado de um sentido de urgência, para avisar os seus contemporâneos e as gerações futuras do perigo que corriam, e lutou desesperadamente contra a morte - sofria de tuberculose -para poder acabá-lo. Ele foi um dos primeiros simpatizantes ocidentais da esquerda que percebeu para onde o stalinismo caminhava e é aí que ele vai buscar a inspiração, lendo Mil Novecentos e Oitenta e Quatro percebe-se que o Grande Irmão é baseado na visão de Orwell sobre os totalitarismos de várias índoles que dominavam a Europa e Ásia na época, Stalin, Hitler e Churchill foram algumas das figuras que inspiraram Orwell a escrever o romance. 

O Estado controlava o pensamento dos cidadãos, entre muitos outros meios, pela manipulação da língua. 

Os especialistas do Ministério da Verdade criaram a Novilíngua, uma língua ainda em construção, que quando estivesse finalmente completa impediria a expressão de qualquer opinião contrária ao regime. Uma das mais curiosas palavras da Novilíngua é a palavra “duplipensar” que corresponde a um conceito segundo o qual é possível ao indivíduo conviver simultaneamente com duas crenças diametralmente opostas e aceitar ambas. 

Os nomes dos Ministérios em 1984 são exemplos do duplipensar. 

O Ministério da Verdade, ao retificar as notícias, na verdade estava mentindo. Porém, para o Partido, aquela era a verdade. Assim, o conceito de duplipensar é plausível a um cidadão. Daí, se pode concluir que qualquer relação com o começo do nosso texto, não é, então, mera coincidência!


Publicado originalmente em 30/07/2012 no Blog do Paulão

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