A inflação medida pelo IPCA (IBGE) está ultrapassando os 8,7% entre julho de 2020 e de 2021.
O item da prévia de julho (IPCA-15) que mais
subiu foi o gasto com Habitação (2,14%), sobretudo devido à alta de 4,8% da
energia elétrica. A segunda maior alta veio dos Transportes (1,07%) e a
terceira veio de “Alimentação e bebidas” (0,49%).
O Ministro Guedes e o Presidente Bolsonaro são
os grandes responsáveis pela atual crise energética. Grandes hidroelétricas -
com a anuência do governo – esvaziaram seus reservatórios para derrubar a
oferta de eletricidade e forçar a alta das tarifas. Isso junto com a estiagem
(reflexo do desmatamento da Amazônia) levou o país à beira de um apagão
elétrico.
Ao invés de fazer o racionamento (como fez-se
no apagão de FHC em 2001), Guedes força a queda da demanda elevando a tarifa. A
bandeira tarifária vermelha patamar 2 vigora desde junho, e a partir de 1º de
julho houve reajuste de 52% no valor adicional da bandeira, que passou a cobrar
R$9,492 a cada 100 kWh consumidos.
Os preços de gás de cozinha em botijão e
encanado, que subiram 3,9% e 2,8% respectivamente, também contribuíram à alta
do item habitação.
Já no item alimentação, a alta dos preços do
pãozinho, do leite e de carnes e frangos foram os que geraram impactos. Isso
tem a ver com a alta do dólar e do abandono da política de abastecimento pelo
governo federal. Os preços dos produtos industrializados têm também subido devido
à escassez de insumos.
Os itens habitação e alimentação pesam
proporcionalmente mais no orçamento das famílias pobres do que no das ricas. Ao
contrário, itens como serviços de informática ou passagens aéreas pesam mais às
famílias ricas. Assim, o IPCA é sentido diferentemente por cada família.
Inflação sentida em cada faixa de renda
familiar
Variação % do IPCA: jun/2020 a jun/2021
Fonte:
Ipea - Carta de Conjuntura | Elaboração: Handfas, A.
O gráfico acima mostra que as famílias de baixa
renda têm sido bem mais penalizadas. Por fim, a alta da inflação bem acima da
meta (5,25%) do Banco Central leva-o a elevar a taxa de juros (Selic) – de 2%
em março a provavelmente quase 7% ao final deste ano. O que fará crescer o
endividamento do governo aos especuladores.
Fonte JOT nº. 887, 29/07 a 12/08-2021, p. 07.
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