Desde o fim do século XIX, comemora-se no dia 1º de maio o Dia do Trabalhador. A data foi escolhida em razão de uma greve de trabalhadores ocorrida em 1886, em Chicago, nos Estados Unidos, que reivindicava a jornada de 8 horas por dia. Duramente reprimida, a greve encerrou com vários trabalhadores mortos e em sua homenagem a data foi instituída.
No Brasil, a data foi
oficializada em 1924 — durante a gestão do presidente Artur Bernardes — mas, segundo
historiadores contemporâneos, acabou sendo transformada por Getúlio Vargas no
Dia do Trabalho.
Assim, na gestão de
Getúlio, o dia internacional de luta dos trabalhadores, na busca por direitos e
melhores condições de trabalho, se transformou em uma festa do trabalho, na
qual se homenageava, não o trabalhador, mas, a base da exploração do mundo
capitalista e do estado autoritário de Vargas: o trabalho.
No atual momento da
pandemia da covid-19, num cenário de crise mundial, econômica e sanitária,
agravado pelo avanço da extrema direita descompromissada com os direitos
sociais, que aproveita para “passar a boiada” e atacar os trabalhadores e a
democracia, não há muito o que comemorar.
De certo, a pandemia
escancarou a profunda desigualdade existente, consequência inexorável do
neoliberalismo, e assim, se coloca a necessidade urgente da construção de uma
nova sociedade, pós-neoliberal.
Enquanto as sociedades não
forem capazes de garantir o mínimo de dignidade e justiça social para a suas
populações, de forma universal, não haverá efetiva democracia.
O Brasil não foge à regra, o desemprego
aumentando, e junto o aumento dos preços dos alimentos da cesta básica e gás de
cozinha, a falta de proteção à saúde do povo nos locais de trabalho e moradia,
centenas de pequenos negócios fechando. O resultado é que os ricos estão mais
ricos (vide o recente aumento de bilionários brasileiros na revista Forbes) e
os pobres mais pobres. Cresce o desemprego, a fome, a miséria, as mortes pela
COVID 19 e os ataques aos direitos da classe trabalhadora não cessam, pelo
contrário se ampliam em meio à crise sanitária, política, econômica e social
que se aprofunda no país.
Mais da metade da
população brasileira, 116 milhões, vive em situação de insegurança alimentar
que o mísero auxílio emergencial não resolve. A fome, a doença e a miséria
avançam e os trabalhadores são empurrados à diminuição de salário e direitos,
além de sujeitos a condições de trabalho e transporte sem proteção à Covid-19.
A maioria trabalhadora está desprotegida, sem testes e vacina, carentes de
hospitais e de trabalhadores da saúde suficientes para dar conta da pandemia
fora do controle.
A política negacionista do
governo Bolsonaro, é complementada por medidas contraditórias de governadores e
prefeitos, que abrem e fecham a economia por pressão de empresários, enquanto
os transportes seguem lotados e o povo é colocado diante da escolha de morrer
pelo vírus ou pela fome. Até quando?
Dessa forma, as atividades
do 1º de Maio por todo o país, devem levantar as emergências em defesa do povo
trabalhador, cobrando o seu atendimento pelas três esferas do poder público!
- Vacinas para todos e
todas as brasileiras e testagem em massa!
- Auxílio emergencial de um
valor condizente com o aumento dos custos dos alimentos!
- Nenhuma demissão, nem
redução de salários! Em defesa dos empregos.
- Tabelamento dos preços
da cesta básica e do gás de cozinha!
- Não à reforma
administrativa que ataca os serviços públicos, inclusive o SUS, o único recurso
que o povo tem acesso!
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