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1º de Maio de 2021, o povo brasileiro no limite do sofrimento

 

Desde o fim do século XIX, comemora-se no dia 1º de maio o Dia do Trabalhador. A data foi escolhida em razão de uma greve de trabalhadores ocorrida em 1886, em Chicago, nos Estados Unidos, que reivindicava a jornada de 8 horas por dia. Duramente reprimida, a greve encerrou com vários trabalhadores mortos e em sua homenagem a data foi instituída.  

No Brasil, a data foi oficializada em 1924 — durante a gestão do presidente Artur Bernardes — mas, segundo historiadores contemporâneos, acabou sendo transformada por Getúlio Vargas no Dia do Trabalho.

Assim, na gestão de Getúlio, o dia internacional de luta dos trabalhadores, na busca por direitos e melhores condições de trabalho, se transformou em uma festa do trabalho, na qual se homenageava, não o trabalhador, mas, a base da exploração do mundo capitalista e do estado autoritário de Vargas: o trabalho.

No atual momento da pandemia da covid-19, num cenário de crise mundial, econômica e sanitária, agravado pelo avanço da extrema direita descompromissada com os direitos sociais, que aproveita para “passar a boiada” e atacar os trabalhadores e a democracia, não há muito o que comemorar.

De certo, a pandemia escancarou a profunda desigualdade existente, consequência inexorável do neoliberalismo, e assim, se coloca a necessidade urgente da construção de uma nova sociedade, pós-neoliberal.

Enquanto as sociedades não forem capazes de garantir o mínimo de dignidade e justiça social para a suas populações, de forma universal, não haverá efetiva democracia.

O Brasil não foge à regra, o desemprego aumentando, e junto o aumento dos preços dos alimentos da cesta básica e gás de cozinha, a falta de proteção à saúde do povo nos locais de trabalho e moradia, centenas de pequenos negócios fechando. O resultado é que os ricos estão mais ricos (vide o recente aumento de bilionários brasileiros na revista Forbes) e os pobres mais pobres. Cresce o desemprego, a fome, a miséria, as mortes pela COVID 19 e os ataques aos direitos da classe trabalhadora não cessam, pelo contrário se ampliam em meio à crise sanitária, política, econômica e social que se aprofunda no país.

Mais da metade da população brasileira, 116 milhões, vive em situação de insegurança alimentar que o mísero auxílio emergencial não resolve. A fome, a doença e a miséria avançam e os trabalhadores são empurrados à diminuição de salário e direitos, além de sujeitos a condições de trabalho e transporte sem proteção à Covid-19. A maioria trabalhadora está desprotegida, sem testes e vacina, carentes de hospitais e de trabalhadores da saúde suficientes para dar conta da pandemia fora do controle.

A política negacionista do governo Bolsonaro, é complementada por medidas contraditórias de governadores e prefeitos, que abrem e fecham a economia por pressão de empresários, enquanto os transportes seguem lotados e o povo é colocado diante da escolha de morrer pelo vírus ou pela fome. Até quando?

Dessa forma, as atividades do 1º de Maio por todo o país, devem levantar as emergências em defesa do povo trabalhador, cobrando o seu atendimento pelas três esferas do poder público!

- Vacinas para todos e todas as brasileiras e testagem em massa!

- Auxílio emergencial de um valor condizente com o aumento dos custos dos alimentos!

- Nenhuma demissão, nem redução de salários! Em defesa dos empregos.

- Tabelamento dos preços da cesta básica e do gás de cozinha!

- Não à reforma administrativa que ataca os serviços públicos, inclusive o SUS, o único recurso que o povo tem acesso!

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