Segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), um em cada cinco pacientes com covid-19 (20%) precisará de
oxigênio, nos casos mais graves essa proporção cresce para 3 em cada 5 (60%).
Embora afirme não ter dados específicos por país, informa que os hospitais
viram a demanda por oxigênio quintuplicar em relação aos níveis normais devido
ao crescimento dos casos graves e críticos causados pelo coronavírus. O
oxigênio é considerado um medicamento essencial pela OMS desde 2017.
Antes da covid-19, havia ocasiões
em que, mesmo em hospitais adequados, uma criança doente, um recém-nascido
doente ou qualquer pessoa em uma situação de emergência não recebia o oxigênio
de que precisava, para combater doenças como a pneumonia e outras doenças
pulmonares crônicas comuns em pessoas idosas.
Na realidade, a demanda por oxigênio “aumentou drasticamente” em 2020 devido a pandemia, então se torna vital, pensar no oxigênio como um insumo essencial para preservar vidas, não pode ser algo que preocupe apenas no caos que vivenciamos, porque as pessoas estão morrendo asfixiadas. Assim, deve ser uma preocupação permanente a melhoria do suprimento de oxigênio medicinal no nosso país.
Em Manaus, o sistema de saúde da cidade colapsou duas vezes durante a pandemia e as mortes dobraram, nas crises, doações de oxigênio foram enviadas de outros Estados e até da Venezuela.
Mas os hospitais e clínicas do Brasil não são os únicos lutando por suprimentos de oxigênio, existem relatos semelhantes em vários países, que lançam pressão sobre os governos para fornecer esse tratamento básico que salva vidas. Dessa forma, o Brasil pode ter agravado o risco de escassez em virtude da demanda global.
Em muitos países, para garantir
que o oxigênio esteja disponível os governos têm exigido que os fabricantes priorizem
a produção de oxigênio medicinal. A produção é feita em grandes quantidades nas
fábricas e entregue aos hospitais a granel em tanques de líquidos ou como gás
pressurizado em cilindros de menor volume. Por certo, a covid-19 tem
demonstrado o quanto é importante o fornecimento regular de oxigênio medicinal,
e a sua essencialidade em países como o Brasil, onde não há vacina suficiente
para imunizar a população. Frequentemente, a sobrevivência de pacientes
dependerá disso.
A realidade no Paraná
Existem
relatos que alguns hospitais do interior do Paraná já sofrem com a falta de
oxigênio devido à alta demanda de pacientes com Covid-19 nessa nova onda mais aguda
da pandemia. A Secretaria de Estado
da Saúde (Sesa), afirma que são situações e rapidamente, foi feita a reposição.
Entretanto, reforça o alerta, que o momento da pandemia no Estado é crítico,
haja vista a alta taxa de ocupação hospitalar no Paraná. De fato, o número de
internados por Covid-19 é o maior desde o início da pandemia, com taxas de
ocupação, que beiram ou ultrapassam os 100%, como é o caso de Curitiba.
Contudo, já houve necessidade de
prefeituras do interior precisarem pedir oxigênio para outras, porque tinha
acabado o insumo na cidade, e há possibilidade de faltar oxigênio em mais
cidades do estado.
As medidas restritivas
O desrespeito ás normas de distanciamento social, notadamente em função do
feriadão de carnaval, do período de férias, da volta às aulas e das novas cepas
mais infeciosas, fizeram aumentar muito os casos e consequentemente a ocupação
de leitos nos hospitais. Assim, é essencial que a população se convença da
importância do uso das máscaras, da manutenção do distanciamento social, das
medidas de higiene e de acatar as medidas restritivas, que buscam desacelerar o
contágio para o sistema de saúde aguente a pressão e todos os doentes tenham
atendimento.
Oxigênio na FAFEN
Os Ministérios Públicos Federal e do Trabalho do Paraná enviaram na última terça-feira, 16/03, ofício à Petrobras, determinando o prazo de três dias para a empresa informar as providências a serem adotadas para reativar a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR), fechada desde março do ano passado. O objetivo é adaptar a unidade para produção de oxigênio hospitalar medicinal em meio à crescente pandemia de covid-19 no País.
O MPF quer que a Petrobras informe ainda o tempo e o custo necessários para a adequação dos equipamentos da Fafen-PR para a produção de oxigênio medicinal/hospitalar, em sua capacidade máxima diária, e que ocorra a readmissão imediata do número de ex-empregados suficientes para a garantia da produção máxima diária de oxigênio hospitalar/medicinal. Também foi determinado que seja apurado o volume máximo que poderá ser produzido de oxigênio na unidade.
Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), que junto com o Sindipetro PR/SC questionou a Justiça sobre a possibilidade de reabertura da unidade, a Fafen-PR tem capacidade para produzir 30 mil metros cúbicos de oxigênio por hora. As Entidades explicam que “a Fafen-PR tem uma planta de separação de ar que, com uma pequena modificação, poderia ser convertida para produzir oxigênio hospitalar, ajudando a salvar vidas nesse momento dramático da pandemia, que atinge novos picos em diversos Estados do País".
A posição da Petrobrás
A Petrobras descartou o uso da Araucária Nitrogenados S/A (Ansa/Fafen-PR) para produção de oxigênio no Paraná, como solicitado à Justiça por sindicatos de petroleiros. A empresa responde que "prestará os devidos esclarecimentos aos órgãos", mas que a Ansa encontra-se hibernada desde 2020 e, além disso, não existe estrutura operacional para produção, estocagem e transporte de oxigênio medicinal na planta da Ansa, porque se tratava de uma indústria de produtos petroquímicos, com composição diferente do oxigênio medicinal utilizado em unidades hospitalares". A estatal ressalta que segue apoiando a sociedade e os governos locais no combate à pandemia de covid-19 por meio de doações de testes, combustíveis, materiais de higiene e, recentemente, de cilindros de oxigênio.
Contraponto à posição da Petrobrás
Vem da pequena cidade de São Miguel do Iguaçu, situada ás margens do lago de Itaipu, na região oeste do Paraná. Lá o Hospital Madre de Dio tem autossuficiência de oxigênio. É utilizado em situações em que a oxigenação do paciente é inferior a 90%, principalmente em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e salas de emergência, sendo essencial no atendimento de casos graves da Covid-19. A usina do hospital produz cerca de 30 m³ de oxigênio por hora, o que corresponde a mais de 700 m³ por dia, fornecendo autonomia no abastecimento da unidade, com um consumo de energia até 70% inferior se comparado a outros métodos.
Totalmente
integrado ao projeto do hospital, o oxigênio da usina é levado diretamente aos
leitos hospitalares, sem a necessidade de manuseio de cilindros. De acordo com a
direção do hospital, “a autossuficiência de oxigênio é um investimento que se
paga a médio prazo, dado o baixo custo de produção”, além de ampliar a
segurança na assistência aos pacientes que precisam de oxigênio porque, na
falta de produto no mercado, como tem acontecido em algumas cidades no Brasil
atualmente, o hospital tem condição de produzir seu próprio insumo”.
Com
informações da BBC Brasil e do Bem Paraná
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