O ensaio sobre a vocação para a Ciência é baseado em conferências do
autor, onde destaca os dilemas do trabalho científico, chamando a atenção para duas
características necessárias: a vocação e paixão. Com relação ao conhecimento
afirma que o cientista é aquele indivíduo “que sabe o que deseja conhecer”, assim não
deve querer ser um profeta.
Para Weber a vocação cientifica insere-se no processo de racionalização
da modernidade, fazendo a conexão entre o mundo civilizado e as ideias, sobre
os fatos naturais e sociais e as condições materiais que limitam o cientista e
o conhecimento.
Através de questionamentos sobre as condições em torno da ciência como
vocação e as perspectivas da opção profissional pela ciência no âmbito da vida
universitária, caracterizando que a sala de aula não é espaço público de
disputa de concepções de mundo. Para compreender as peculiaridades estabelece
comparação estre as realidades da Alemanha e dos Estados Unidos da América, mostrando
as diferenças entre os dois países com relação as características do início da
carreira e da sua manutenção, notadamente com relação a
subsistência/remuneração; ao sistema de produção do conhecimento que nos EUA
transformaram as grandes universidades em empresas de capitalismo estatal que
disputam recursos financeiros no mercado do conhecimento; e, por fim estabelece
paralelo com a economia capitalista., inclusive quanto ás contradições nas
relações capital/trabalho.
Weber discorre sobre a mais difícil das tarefas pedagógicas, que consiste
em expor problemas científicos “de maneira tal que um espírito não preparado,
mas bem-dotado, possa compreendê-lo e formar uma opinião própria”.
Com relação à vocação científica propriamente dita Weber
afirma que o homem de vocação científica se dedica à ciência pela ciência e não
para tirar vantagens ou auferir lucros e referencia-se no atual estágio do
trabalho científico de especialização e em relação as coisas exteriores ao trabalho
científico e internas ao próprio indivíduo notadamente o “espírito de
trabalhador” e a paixão. Assim, o trabalho científico como especialização deve
ser contemplado com o rigor na validação da metodologia que permitirá a
formulação de hipóteses plausíveis com o conhecimento acumulado naquela área
específica.
Sem essa embriaguez singular, de que zombam todos os que se mantém
afastados da ciência, sem essa paixão, sem essa certeza de que “milhares de
anos escoaram antes de você ter acesso à vida e milhares se escoaram em
silêncio”. (WEBER,1970, Pag. 25)
Para Weber a inspiração decorre do esforço profundo. Assim, se o
conhecimento científico tem um objetivo preciso, deve mostrar de onde vem as
diversas posições existentes quanto ao significado da ciência.
Weber conceitua o mundo da ciência a partir da Grécia antiga, fazendo
menção a Platão e ao mito da caverna.
Por fim, sintetiza com a afirmação de que se na ciência estão destruídas
as ilusões que conduzem ao ser verdadeiro, á “verdadeira natureza”, a
verdadeira arte ao verdadeiro Deus, qual é o sentido da ciência como vocação? E
responde: ela não tem sentido, pois que não possibilita responder à indagação
que realmente nos importa – “Que devemos fazer? Como devemos viver?
A especificidade do produto científico fornece métodos para e pensar
científico através de instrumentos, disciplina e o domínio tecnicista da vida
por meio da previsão. Dessa forma, o cientista conhecerá a contribuição da ciência
no contexto da vida humana e o seu valor para o progresso da humanidade.
Max Weber é considerado como um dos primeiros sociólogos da humanidade um
dos fundadores da sociologia. Durante sua vida dedicou-se ao estudo sobre o capitalismo,
catolicismo e outros temas de extrema importância, mas a maior dos seus trabalhos
e pesquisas foram focados no que ele chamou de "racionalização".
Os principais livros de Weber são:
·
A Ética
Protestante e o espírito do capitalismo (1903);
·
Estudos sobre
a Sociologia e a Religião (1921);
·
Estudos de
Metodologia (1922);
·
Política como
vocação.
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