Está na hora de elegermos o(a) nosso(a) representante na Câmara de Vereadores de Curitiba e nos demais municípios onde isso seja possível. Por certo, a existência de um(a) vereador(a) que se intitule fiel e/ou simpatizante das Religiões de Matriz Africana ajudará na legitimação da Umbanda, Candomblé e demais.
Ninguém deve esconder as suas convicções religiosas, haja vista a garantia
constitucional inscrita na Constituição Federal de 1988, a "Constituição Cidadã"
que diz em seu Título II, Dos Direitos e Garantias Fundamentais, Capítulo I,
Dos Direitos e Deveres individuais e Coletivos, Artigo 5°:
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
Inciso
VI - É inviolável a liberdade de consciência e
de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
Inciso VII - É assegurada, nos termos da lei,
a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva;
Inciso
VIII - Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa,
fixada em lei.
Entretanto,
não é bem assim no dia a dia dos Umbandistas, muitos tem que esconder a suas
convicções religiosas por que podem ficar sem emprego, ser motivo de chacota
nas escolas ou ser hostilizado por vizinhos, e isso acontece em pleno século
XXI, inclusive em cidades como Curitiba, tida e havida como uma cidade moderna
e avançada em termos de respeito aos cidadãos.
Além
disso, diariamente nossos Dirigentes Espirituais (Pais e Mães de Santo) são ridicularizados
na televisão (que é uma concessão pública) e os nossos Terreiros são vítimas de
vizinhos inconformados com o nosso canto e os toques dos atabaques, mesmo
quando atendem os limites de emissão sonora fixados em lei.
Os
agentes públicos, a quem compete a execução e o respeito ao ordenamento legal do
país, muitas vezes desconhecem ou teimam em ignorar o direito irrestrito ao
funcionamento dos terreiros, o reconhecimento dos nossos símbolos sagrados e ás
características dos nossos cultos, que tem as palmas, os cantos e os toques de
atabaques como essenciais.
E isso
acontece por quê? Porque embora a Umbanda seja uma religião legitimamente
brasileira, temos as nossas raízes firmemente fincadas no chão do continente
Africano, nas religiões dos Orixás, trazidas para cá, pelos milhões de negros
africanos escravizados ao longo de mais de 350 anos da história do Brasil, e
nos ameríndios, habitantes originais dessa terra, que aqui já viviam e foram
dizimados quando os europeus chegaram por conta das cobiçadas riquezas do nosso
país.
Assim, até hoje persiste a discriminação porque somos originários dos
cultos afro e ameríndios, que resistiram e resistem à erradicação da sua
cultura e da sua ancestralidade.
Por isso, no dia 15 de novembro, dia da Umbanda e dos Umbandistas, vamos
vestir a nossa roupa branca e votar em pessoas que efetivamente vão nos
representar nos executivos e legislativos municipais em todo o Brasil! Axé!
Sou do Axé...e o meu voto também é!
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