Parafraseando Martin Luther King, a pessoa mais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz pela sua luta pelos Direitos Civis para os afrodescendentes americanos e pelo fim do preconceito racial nos EUA, realizado em 1963, em frente ao Memorial Lincoln em Washington, inicio o presente texto.
Não tenho a pretensão de ganhar o Nobel, mas tenho o sonho e ver as religiões de matriz africana respeitadas da mesma forma que as outras religiões presentes no espectro religioso brasileiro.
Vivencia-se um momento de aprofundado preconceito e discriminação contra as religiões de matriz africana em nosso país, explicitada sob a forma de intolerância e violências contra os seus templos, fiéis e dirigentes.
Assim, imagino ser bastante pertinente lembrar a mobilização do pastor luterano Martin Luther King que foi o protagonista para a declaração de inconstitucionalidade da segregação racial dos negros nos EUA e do movimento a favor dos direitos civis da população negra americana na década de 1950.
O estopim da mobilização, não só dos negros, mas de parcela expressiva da sociedade americana se deu após a prisão de Rosa Parks, em 1955, que sendo mulher e negra se recusou a ceder seu lugar em um ônibus para uma mulher branca.
A partir da prisão, Martin Luther King iniciou uma campanha de boicote dos negros ao sistema de transportes da cidade de Montgomery, no Alabama.
Durante 381 dias, sob a sua liderança, apesar das diversas ameaças sofridas, chegou a ser preso e teve sua casa atacada.
O boicote só foi encerrado após a decisão da Suprema Corte americana proibindo a discriminação racial no transporte público. King também organizou marchas para conseguir o direito ao voto, além de outros direitos civis básicos, bem como o fim da segregação e das discriminações no mercado de trabalho e resultou na criação da Lei de Direitos Civis (1964) e da Lei de Direitos Eleitorais (1965) nos EUA.
King era odiado por muitos segregacionistas do sul dos EUA e em 4 de abril de 1968 foi assassinado por um atirador momentos antes de uma marcha, em um hotel de Memphis.
Em 1986 foi instituído pelo Congresso americano um feriado nacional em sua homenagem, na terceira segunda-feira de janeiro, e foi fundado o Martin Luther King Jr, Research and Education Institute, com a missão de manter vivos os ideais de King para as futuras gerações.
No dia 21/01 se comemora o Dia Mundial das religiões...confirma que é bastante apropriado estabelecer o paralelo entre a luta de Martin Luther King e a luta do povo de santo pelo reconhecimento pleno das suas religiões.
"Eu tenho um sonho..." batistas, candomblecistas, católicos, espíritas, evangélicos, judeus, muçulmanos, espiritas, umbandistas, enfim todas as religiões vivendo em paz umas com as outras; liberdade e justiça sendo desfrutadas por todos os brasileiros e todos juntos vivendo em um país onde não são julgados pela caminho do “religare” que escolheram seguir, mas pela retidão de comportamento, honestidade e pelo seu caráter.
Enfim, seguindo a orientação do Cristo, Jesus de Nazaré, que conseguiu exprimir magistralmente o relacionamento fraternal da convivência pacífica: “Ama o próximo como a ti mesmo”.
Eu tenho um sonho...
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