O Canal History – H2, produziu um excelente documentário sobre a imigração para os EUA – Estado Unidos da América, ao assisti-lo entendemos o sentido da frase “a nação de imigrantes”. Como o atual presidente americano, Donald Trump exerce uma verdadeira cruzada anti-imigração atiçou-me a curiosidade e assim busquei maiores informações. Realmente é uma história interessantíssima a formação do povo americano que se fez calcado nas ondas migratórias, primeiro colonizadoras e depois pela importância na geopolítica mundial e na consolidação do imperialismo norte-americano após o fim da 2ª. Guerra Mundial.
Documentário - Canal
History – H2
“Com o nome de “Imigrantes Unidos da América” o documentário dividido em duas partes
investiga a grande força que coloca a humanidade em movimento - a imigração -
trazendo histórias sobre a origem, como e por que os americanos chegaram aonde
estão hoje. Com a revolução industrial e a utilização de ferrovias, milhões de
imigrantes chegaram à América. O mesmo aconteceu após a Segunda Guerra Mundial.
Ancorado por entrevistas com descendentes de antepassados cujas histórias são
apresentadas ao longo do programa, este especial traz o relato de como o mundo
fez dos Estados Unidos uma nação de nações”.
O que fica claro é que nunca os
imigrantes tiveram vida fácil no EUA, volta e meia os filmes de Hollywood
mostram a realidade de discriminação e preconceito.
História
Inicialmente, no século
17, chegou à América do Norte a primeira grande onda de imigrantes da
Inglaterra, estabelecendo-se na região litorânea do Atlântico Norte, o que
perdurou até a segunda metade do século seguinte. Lembrando que ao sul desse
território já haviam colônias espanholas na Flórida, no México, em Cuba e
Antilhas. Ao Norte, instalavam-se os inimigos franceses.
Assim por volta de
1680, em virtude das guerras ou da pobreza, milhares de imigrantes de outros
países começaram a chegar, vindos da Alemanha, Irlanda, Escócia, Suíça e
França. Normalmente se agrupavam em uma só região, criando colônias que
cresciam a partir dos seus descendentes. Isso aumentou a população
norte-americana, chegando em 1775 a 2,5 milhões de habitantes nas colônias. Via
de regra, em busca do “sonho americano” aos imigrantes restava o trabalho
braçal duro, principalmente nas minas de carvão e ferro, para alimentar a
nascente indústria norte-americana.
Posteriormente vieram
outras ondas, vindas da Itália e do Japão, além de outros países, e, obviamente
milhares de mexicanos.
Negros
A história conta que os primeiros negros
chegaram à América em l6l9. Em l863, o Presidente Abraham Lincoln assinou a “Emancipation
Proclamation”, extinguindo a escravidão nos EUA.
40 acres e uma mula
Política de curta duração, atribuída
ao General William Sherman, que ao final da guerra civil americana, oferecia
aos negros (ex-escravos), libertos como resultado do avanço dos exércitos da
União no território anteriormente controlada pela Confederação, previa
a terra, e mulas do Exército, para uso na lavoura, popularmente conhecidos como
"Black acres". Favoreceram cerca de 10.000 escravos libertos, mas após
o assassinato do presidente Lincoln, seu sucessor, Andrew Johnson, revogou as ordens
de Sherman e devolveu a terra a seus proprietários brancos anteriores.
Em l865, se encerra a Guerra de Secessão
com a vitória dos estados do Norte, abolicionistas, e também nasce a Ku Klux
Klan, organização racista que tinha o objetivo exclusivo de espalhar o terror
contra os ex-escravos. Acuados os negros reagiram fundando a Freedman’s Bureau,
uma agência Federal destinada a apoiar os ex-escravos, que conseguiu a
aprovação da 8a. Emenda da constituição, que estabelecia “nem escravidão, nem
servidão involuntária existiriam nos EUA”. Muitas lutas, manifestações e
conquistas diminuindo o racismo institucional, como a aprovação da 9a. Emenda
constitucional, considerando os negros cidadãos plenos dos EUA e através da
15a. Emenda que lhes dá o direito de voto.
Entretanto, a sociedade racista reagiu,
desafiaram as leis federais e o país se encheu de cartazes com os dizeres “No Black!
” (Proibido para negros), a segregação se espalhou por toda a parte. Os negros
tinham de ficar separados dos brancos, nos ônibus, estabelecimentos públicos,
comércio, elevadores e os negros não podiam usar copos de vidro ou pratos de
louça nas lanchonetes. Era a doutrina dos “iguais, mas separados”. Os conflitos
eram diários, os negros eram vítimas de ataques racistas, alguns acreditavam
que a saída era voltar para a África, O Líder negro Marcus Garvey defendia essa
ideia, ou a fuga para o Canadá ou as Antilhas.
Mexicanos
O fluxo migratório
mexicano iniciou possivelmente com o Tratado de Guadalupe Hidalgo em 1848, pelo
qual o México teve que ceder aos Estados Unidos quase metade do seu território,
incluindo áreas hoje de intensa presença mexicana como a Califórnia, o Arizona
e parte do Novo México, além do Texas, que em 1836 separou-se e formou uma
república independente, tornando-se parte dos Estados Unidos em 1848. A entrada
de mexicanos em território norte-americano deu-se sem grandes obstáculos até
1930. Importante dizer que além da enorme massa de trabalhadores rurais, vieram
integrantes de todos os níveis socioeconômicos, principalmente entre 1910 e
1917, em função da Revolução Mexicana. A partir, contudo, da década de 1930 o
sentir nacional americano mostrou-se contrário a essa política de “portas
abertas” e começaram a ser decretadas limitações a uma imigração quase
indiscriminada.
Entretanto, com o
esforço de guerra antes e durante a II Guerra Mundial acentuou-se nos Estados
Unidos a falta de mão-de-obra, causada pelo recrutamento militar. Para
compensar essa exiguidade, em 1942 EUA e México firmaram o acordo como o “Bracero
Program”, que permitia trabalhadores mexicanos para zonas agrícolas do Sudoeste
americano. Começou com algumas centenas de “braceros”, trabalhadores braçais,
para em contrato temporário, dedicarem-se à colheita da beterraba utilizada
pela indústria açucareira. Em 1956 o jornal “El Paso Herald Post”, informava que
mais de 80.000 “braceros” cruzavam anualmente a fronteira texana, para trabalhos
de cultivo de tomate, pepino, algodão e outros produtos.
Com a volta dos
soldados americanos, vários programas foram criados para facilitar a
reintrodução dos veteranos, desde ensino profissionalizante e bolsas para educação
formal, mas, não havia empregos para todos, além disso a introdução da
mecanização agrícola, levaram ao fim do “Bracero Program”, em 1964. Estima-se
que mais de três milhões de trabalhadores foram admitidos legalmente durante 22
anos, findado o contrato, muitos antigos “braceros” voltavam a passar a
fronteira, agora ilegalmente, destinados principalmente a manutenção e
reparação de linhas férreas.
Trump decreta emergência nacional para muro...
Donald
Trump coloca a culpa de todos os problemas do país em imigrantes, entretanto,
parece ser uma ação desesperada no sentido de cumprir a promessa de campanha,
em cada momento da civilização, os impérios definiam obras grandiosas para
marcar a sua passagem, dada a megalomania de Trump, não é de se duvidar que seja
esse o seu intento.
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Muro do Trump vira piada no carnaval brasileiro |
Entretanto,
[...] "a Fortune 500, famosa seleção das maiores companhias nos Estados Unidos
por receita total, teria que mudar de nome se desconsiderasse a participação de
negócios fundados por imigrantes ou por sua segunda geração.
O
ranking, nesse caso, teria de se chamar Fortune 284, aponta estudo do Center
for American Entrepreneurship (CAE) (Centro para Empreendedorismo Americano, em
tradução literal), um think-tank sediado em Washington.
O estudo
estima que 216 (43%) das companhias listadas na edição 2017 do ranking da
revista de negócios Fortune foram implantadas por imigrantes ou seus
descendentes. Isso inclui pesos pesados, como Google e IBM".
“A Ford,
por exemplo, é vista como uma das empresas que são a cara dos EUA. Mas seu fundador,
Henry Ford (1863-1947), era na verdade filho de pai irlandês e de mãe nascida
como filha mais nova de imigrantes belgas. Essas origens, porém, podem não
surpreender, dado o enorme fluxo de imigrantes que se mudaram para o Novo
Continente no século 19.
Outro
caso é o da gigante da aviação Boeing, fundada por Wilhelm Boeing, filho de
imigrantes alemães e austríacos.
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Ford Modelo T |
E o
Facebook, apesar da associação imediata e óbvia com Mark Zuckerberg, teve o
empreendedor e investidor brasileiro Eduardo Saverin como co-fundador.
Mas a
lista da Fortune mostra que o fenômeno ainda está em andamento. Um exemplo é a
Tesla, líder na revolução dos carros elétricos, que é uma iniciativa do
imigrante sul-africano Elon Musk. Outro caso é o de Sergey Brin, um dos
criadores do Google, que nasceu em Moscou, em 1973, mas imigrou para os Estados
Unidos com sua família quanto tinha seis anos de idade”.
Fontes consultadas:
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